quarta-feira, 27 de agosto de 2008

27.08; 13:51

[Ryan Adams - How do you keep love alive?]
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Estava a ler a Pitchfork, e estava a pensar na falta de emotividade em que vivemos. Parece-me uma globalização da não-emoção, do anti-sentimentalismo agoniante e do completo pró-racionalismo. Não me parece incólume as consequências sociais deste fenómeno. Faz-me pensar nas descrições que se fazia das grandes cidades, como Lisboa, enquanto crescia. Ninguém se conhece, não se conhecem os vizinhos, não se sabe o nome do tipo que vive à nossa frente nem dos miúdos que vivem no andar acima. É o que nos é pedido: ser racional. Ser burocrático, preencher papéis, e papéis, e papéis... Pensar em números, e em escrituras, e em folhas para preencher.
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Aliás, as nossas relações humanas passam tanto, e tanto por isso. Não me parece que nos preocupemos assim tanto quanto isso uns com os outros. Temos de ser racionais, temos de fazer a coisa certa, ouvir a coisa certa, dizer a coisa certa. E não podemos sentir nada, nada. Temos de seguir em frente. Assumir, integrar, e seguir em frente.
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Eu sinto. E sinto-me mal, de vez em quando, mas reservo-me o direito a assim acontecer. E reservo-me também o direito a ouvir o que me deixa emocionalmente abalado. Que bestial é sentir qualquer coisa! E estava a ouvir de novo o funeral e o silent alarm, e a pensar exactamente isso. É isso que é genial nos AF: é tão emocional! Nós sentimos isso, malta, we really do.

domingo, 24 de agosto de 2008

sábado, 16 de agosto de 2008

17.08; 00:19

[ Islands - Creeper ]
... let the blind lead those who can see but cannot feel...
tenho andado a pensar nos mundos paralelos reservados para nós, virtuais, que existem pelas escolhas que fazemos. em como poderia ser a vida agora se alguma coisa tivesse sido diferente. eu sofro de abulia assumida, mas só por causa disso: OCD manifestada pelas consequências. e como sempre, penso no que me arrependerei mais tarde. tenho pensado na rotina diária.
como sempre, agradeço o bestial que é o meu emprego, e na sorte que tenho na minha vida. mas.... e se tudo fosse diferente? falava hoje sobre ao que o inesperado nos pode levar. lia o diário de bordo de julho dos JoFo e no quão bestial é a vida deles. os concertos, e o gin, e o inesperado do dia a seguir... e pensava nos prós e contras da rotina de conseguir predizer o dia a seguir quase ao milimetro. como será que eles lidam com o provável oblivion em que cairão, e na incerteza do futuro? todos os carpe diem's são fixes em teoria, mas hey... there's groceries to buy, and bills to pay... e isso é tão importante, não é? claro que percebo a contradição evidente de dizer o fitter, happier, e viver isso mesmo. i'll take a quiet life.... right?
por falar em quiet life, i'm getting quite tired of all the living alone issue. mas cada vez me sinto menos capaz de criar laços. a dificuldade em encontrar pontes é abismal, não consigo ser equilibrado e falar de coisas equilibradas. I've tried.... honest. tenho tentado consciencializar-me do que se passa de mal comigo. there's something wrong with me. e não é mesmo self-pity, não tenho o mínimo de pena de mim, nem estou a planear um complete emotional make-over. eu não quero ser miserável. não quero mesmo. i shouldn't have to drink myself to sleep.
eu acho que o meu problema é que o mundo é demasiado pouco emocional. pelo menos o mundo em que eu vivo. noone gives a rat's ass about anything. que confusão que me vez a cena da miúda dos jogos olímpicos. escolhemos os sentidos errados para nos guiar, my 2 cents. que raio interessava que a miúda tivesse uma carinha redonda e dentes imperfeitos? a realidade é mesmo assim, e que genial que é a voz dela. será que alguém se importaria pela imperfeição da criança, over her talent? why can't we be led by those who can feel?