terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2008.

2008.

E coisas que acontecem ao contrário. E karma, bom e mau, e o quanto quis forçar o Karma. E o quanto a natureza nos direcciona, e a justiça que existe nas coisas más.

2007 foi tão memorável. Amava alguém com todas as forças, tinha acabado de entrar no meu emprego de sonho. Finalmente tinha conseguido organizar a minha vida, numa cidade bestial. Que sempre tinha tido completamente no imaginário, apenas. Tinha uma struggling band, mas oh well... o caminho era promissor. Não que tudo fosse genial, e consigo agora, aos olhos do VH do final de 2008, ver o quão cansado estava. O quanto fui carregado, e pressado, e jogado. Mas... era mais feliz. O futuro era o horizonte.

2008.

dEUS sabe como as coisas que me aconteceram foram mea culpa. O karma também sabe, e andou atrás de mim. Tentou avisar-me tantas, e tantas vezes. Pôs pessoas que não me conheciam de lado nenhum a dizer-me isso. Damn Aries, olha para o lado... Foi preciso perder quase tudo. E isso aconteceu. Pensei que, ao escrever sobre 2008, pintasse o cenário mais negro, mas foi cinza escuro. Foi preciso enfiar o carro contra um pobre casal, foi preciso fissurar uma tíbia e esconder uma pneumonia, foi preciso ser avisado vezes sem conta (maldita procrastinação) e ser mudado da minha "casa" no hospital.. foi preciso ver-me sozinho no mundo. Não que isso tenha melhorado com o ano, mas acredito mesmo que tinha dívidas ao equilíbrio da natureza para cumprir. E por favor... que tenham sido cumpridas. Ainda hoje tive uma dívida que *tenho* de cumprir até amanhã. 2009 não vai começar assim. Foi preciso ter perdido a pessoa mais importante da minha vida. Mas a vida é equilibrada mesmo assim, e se há coisa que nunca me posso esquecer, é de dar graças por ter as coisas sem as quais pensaria mesmo se vale a pena cá estar.

2008.

Foi o ano em que, finalmente, aos 25 anos, aprendi o que é ter amigos. Daqueles mesmo a sério. Nunca, em 25 anos, tinha sentido que havia alguém que realmente se preocupasse comigo. Não que o perguntasse, mas que se interessasse realmente pelo que eu penso, ou pelo que me faz sofrer. E... a sensação é genial. Não passei de repente a ser social, ou popular, ou a conseguir manter uma conversa sem o meu ascendente sempre aos berros, mas... mesmo assim, há quem se preocupe como eu estou. Sim, eu preciso de vez em quando que me digam o quão especial sou, e que gostam de mim. Foi das coisas mais bonitas que me disseram. Meia hora a chorar. E um mês a pensar nisto. Foi o ano em que aceitei um karma. E um equilíbrio. e que equilibrio não é a balança tender para o meu lado, é tentar fazer peso no braço das coisas bem feitas, a tempo e a horas, e com boas intenções e coração puro, para que aconteça o mínimo de coisas más possível. E bem, a minha banda está a correr muito bem. E isso faz-me também feliz. Aceitar os dons também, e ser generoso com eles... não é? :)

A um dia do final de 2008, a minha casa está uma confusão. E a noite de 30 não está a ser fácil. Mas essa foi a razão pela qual não é suposto ter uma passagem de ano feliz. Não é suposto. Não tenho grande coisa para festejar por 2008, nem a natureza está feliz comigo para a celebrar. Mas era suposto ser assim o meu dia 31. Para organizar a cabeça e a casa. Para saber quem eu quero ser no ano que lá vem, que ainda por cima é um ano 11. Quem eu quero deixar em 2008, e que não volte.

Amanhã, quando escrever as minhas resoluções, peço que tenha a força para as manter, e a organização para nunca as esquecer e planear.

/2008

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