domingo, 12 de outubro de 2008

Outro regresso ao passado (from sketchesformysweetheart.blogspot.com)

7 de Julho de 2005

love is just a game

The lover is crying cause the other won't stay..

E depois ficam as saudades, sabes? Sabes toda aquela treta da positividade das saudades, de valer a pena e tal... Não! Mesmo que não seja o maior dos sentimentos, o vazio... Mas já nos fomos habituando a isso, não é? Por vezes, quando é realmente tarde, chego a casa, e só quero contar estrelas, ou buracos no tecto, ou outra coisa qualquer, de mãos atrás da cabeça. Nem dormir. Imaginar, relembrar contornos, pequenos detalhes. É com o que se fica depois. Detalhes. E andam por aqui, perdidos, por dias. Por vezes por mais tempo. Mas é do que queremos falar, não é? Do que existe, do que aparece de um momento para o outro, e nos deixa assim. Não importa a velocidade com que passa, é o que torna mágicos os dias. E as tristezas, as dúvidas, as hesitações fazem parte. Não são exactamente doces, mas fazem parte. Gimme one more day, gimme another night... E pode ser que para a próxima we do it right. Seja lá isso o que for.

Love, noises and kisses,

VHA


8 de Julho de 2005

everything in it's right place...

Querida Flávia,

Aquela pessoa... não era genial que fosse tudo simples? Organizado como os dossiers do curso, catalogado a cores e esquemas. Nem os limites da amizade são contornos a bold. E de vez em quando, desejamos, desesperamos por coisas sem sentido. Quantas vezes fizeste coisas que nunca esperaste fazer, nos momentos mais estranhos? E as razões? Fazer falta não é necessitar. Senão eramos uns necessitados, não achas? Mas egoístas somos. Bem, e especiais também, não que nos vamos transformar em super guerreiros ou desaparecer à vista de todos, mas temos as nossas particularidades. E somos únicos.

Tenho andado a pensar mais no que dizia à pouco, nos limites do nosso (ou do meu) egoísmo. Vou começar a usar o "gosto como me fazes sentir". Não é a nossa adrenalina que adoramos, os nossos sentimentos que levamos no nosso sono, na grande maior parte das vezes? Não me censures demais, sou tão altruísta como qualquer outra pessoa, o meu emprego até é ajudar as pessoas e tudo, mas... Tudo acerca de sensações. Gosto que te sintas bem por me teres aqui, a fazer isto. Isso faz com que eu me sinta bem comigo.

Também tenho andado a pensar na quantidade de fotografias da minha vida que vou guardando, misturado com um pouco de one hour photo. Existem alturas cheias da minha vida. Muitas fotos, muitas cores associadas a muitos sons, a muito som. Mas quando o mundo falha, a solidão é uma coisa terrível. Como dormir sozinho à noite. Tem-me custado um pouco. Habituei-me ao contrário em tantas alturas da minha vida, que agora... Não sentes falta? Sem qualquer acto a mais que dormir no colo de alguém, ou sentir-me aconchegado.

Mas pronto, já chega do discurso (que parece demasiado needy, o que não é a realidade).

Love, noises and kisses,

VHA

9 de Julho de 2005

What I am to you is not real.

Gostava de te explicar a cor de um sentimento. A sua temperatura, de um azul claro frio como um dia ventoso de chuva. Pintava-te um coração a azul. O meu. Gostava que sentisses o cinzento dos seus caminhos tortuosos que o ligam a ideias que não correspondem. O negro de uma sinapse que não se faz, de um axónio sem ligação. Mostrava-te que bate sem som, sem ritmo. Que abranda, e abranda, e se transforma, torna-se pedra. Lembras-te do vermelho, do calor... tanto calor! Do sangue que não trocávamos directamente. Em vez disso, litros e litros de água. Acho que foi onde nos perdemos. Tudo o que trocámos tinha a cor de um mar que sempre levou. Raramente trouxe. Já deixei de desejar o rubor dos teus sentimentos, quando me deixavas, literalmente, sem sangue. Duma tez pálida, que sempre o foi, ficou apenas o gelo branco. Gostava de te dizer que não morri, que inspiro e expiro como qualquer outro. Mas a vida longe é dispneica.

Quando o dia chegar que não me fizeres falta, hei-de queimar tudo o que deixaste no meu quarto. Hei-de guardar as cinzas. E quando quiseres de volta o que perdeste por aqui, juntá-las-ei às tuas.

13 de Julho de 2005

blame it on the black star.

Red wine and sleeping pills
Help me get back to your arms

Há alturas em que não vale a pena. Já devias saber isso. Pinta tudo a preto e branco, e é fácil de perceber. A esta altura, deves estar a fazer uma asneira qualquer, até evito dizer-te qualquer coisa porque se calhar te ias sentir pior. Volto ao início, de vez em quando não vale a pena o risco, as noites, a sanidade, a estabilidade... E depois há o wedding invitation. Chegam alturas em que não sabemos o que fazer, em que todos os caminhos parecem shady. Se calhar, o melhor é acampar exactamente onde os teus pés estão. Faz uma calorosa fogueira, abre o saco-cama, e pensa muito bem em tudo o que faz bater o teu coração (esquece lá cardio :P). Faz pontos para os i's, e decide-te. Usa a cabeça, 80%. O coração, 18%. Depois, aponta ao céu e.... lift off. Hás-de lá chegar. E já sabes como é o tempo, é pior que o TGV, mto pior que o sud express ;)

Amanhã tiramos as dúvidas....

Love, noises and kisses,

VHA

21 de Julho de 2005

what i am to you, you do not need.

a vida não é simples. já te tinha dito. mas isso também já sabias. passo os dias a dizer-te que as cartas que jogamos não são sim ou não, brancas ou pretas. não são fáceis. sabes, acho que muitas vezes, o que vivemos, nem é erro ou não-erro. contar-te-ia mil histórias de como ninguém quer saber do teu coração. ou do meu. ou como se tira prazer do rodar de uma adaga. mas ainda rimam para ti as madrugada ou as manhãs sossegadas. mas quando sinto a tua mão, com a mesma intensidade do que olhas, com o mesmo coração, não há rima. nem deixa de a haver. é só aquele momento, breve, porque tens sempre que ir. e qdo te peço que fiques, ou insisto, não há nada em mim que não desse a sua vida para que ficasses mais um pouco. para que aqueles 2 centimetros deixassem de existir. para que te pudesse abraçar plenamente.

eu não complico nada.

correntes? quais correntes? aquelas que partimos no momento em que deixámos a teimosia de parte?

confusões? nada mais claro. e se o meu coração não é já teu...

enquanto te aproximavas, assim, não pude deixar de pensar o quanto iria sentir a tua falta mais esta noite. mas, como já tinha dito, é injusto pedir-te para ficar. e se me apetece sentar no banco por baixo da tua janela, e escrever-te o quanto a noite não é justa sem te ver mais um pouco. imaginar que estás a 2 metros. cruzar as pernas, como sempre faço, deixar a cabeça cair sobre as mãos, fechar os olhos... e de repente, como hoje... estarias ali de novo.

se te pudesse pedir o mundo...

Teu,

VHA

23 de Julho de 2005

You give me miles and miles of mountains and I'll ask for the sea

Imagino uma praia.

Imagina uma noite, ouves o bater das ondas? Ouves a suavidade com que deslizam, quando procuram os nossos pés? Sentes o vento que passa? Sinto os teus braços frios. Aproximo-te mais um pouco. Vês todas as estrelas? Abraça-me com um pouco mais de força. Agarra-me com mais força, estou-me a sentir muito solto. Liberdade a mais, nos teus braços,faz-me sentir perdido. Percebes o que aquela lua te quer dizer, quase aqui, alcançável?

Queres continuar a contar estrelas? De mãos dadas?

Porque não agarras com força a minha mão? Tens medo do quê? Já te disse que assim me perco. Para que me perdi em ti,se agora não te posso sentir?

Queres continuar a contar estrelas? Ou contamo-las cada um do seu quarto?

Queres sair desta praia, meu amor? Dei tanto para te ter aqui. Sabes o quanto tremeram as minhas mãos para te dar tudo isto? O quanto sonhei estas noites por poder fechar os olhos e ter uma memória a somar a tudo o que se passa aqui dentro? O meu quarto é tão vazio sem ti. Torna-se insuportável. Contar estrelas, não as contar, daqui, é igual. Sinto a tua falta. Construi uma pequena casa nos terrenos movediços do teu coração, e agora não sei quando irá desabar, levando com ela aquele beijo.

Nunca contámos estrelas?

Temos de mudar isso. Nunca contámos estrelas, deitados, a pensar nos amanhãs que nunca irão vir? Não sei se é saudável isto. Os segredos revelados duram pouco. E eu que só queria que me fizesses sentir um pouco mais especial, que tomasses a iniciativa..Se é a mim que queres, porque me deixas andar por aqui, perdido, nos "talvez" dos dias, no passar dos dias. Na passividade dos dias.

Queres mudar o meu mundo amanhã?


1 comentário:

Dra. Natalie Antunes disse...

Andamos em voltas rectas
Na mesma esfera,
Onde ao menos nos vemos
Porque o fumo passou.


A chuva no chão revela,
Os olhos por trás.
Há que levar o que restou
E o que o tempo queimou.

Tens fios de mais
a prender-te as cordas,
Mas podes vir amanha,
Acreditar no mesmo Deus

Tens riscos demais,
A estragar-te o quadro.
Se queres vir amanha,
Acreditar no mesmo Deus

Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços..